Este é um registro histórico da construção dos “Jornalistas”, conjunto de três edifícios, erguidos na Av. Ataulfo de Paiva, 50, no Leblon. Por muito tempo foram os maiores prédios de toda Ipanema e Leblon. Seus quinze andares constavam de cartas náuticas para orientar os navios que chegavam ao Porto do Rio de Janeiro. De qualquer ponto das praias de Ipanema ou Leblon era possível avistá-los.
Agosto de 1954 – Construção dos “Jornalistas”
Essa foto foi feita em agosto de 1954, bem perto o dia em que Getúlio Vargas se suicidou. Nesta época eu morava no Grajaú. Os prédios ainda estavam em construção. Em 1960 eu iria morar no último deles, aquele que ainda está pela metade. Estava com 14 anos, a Bossa Nova despontava. Estudava no Mallet Soares, em Copacabana. Ainda havia bonde circulando por Ipanema e Leblon. Podia-se andar de bicicleta tranquilamente pelo meio da rua.
No local da construção havia, até então, um grande terreno onde eram instalados parques e circos. O terreno ao lado, atual nº 80, na esquina da Av. Afrânio de Mello Franco, também era usado com essa finalidade. Os parques e circos ficavam algum tempo e depois seguiam para outros endereços, com mais movimento. Nos fundos, próximo à Pedreira do Baiano, ficavam os cavalos e bodes que faziam a alegria da criançada nos finais de semana, nas charretes que ficavam às margens do canal do Jardim de Alah. Do outro lado da rua o Hotel Ipanema, do grande pescador Jesus e seu inseparável cachimbo, testemunhava a transformação do bairro, que mais tarde também o atingiria.
Parabéns pela matéria!
muito legal!!! obrigada por compartilhar um pouco dessa história!
Beatriz Rivadávia Obrigadíssima por compartilhar essa história no Jorna. Fiquei emocionada de saber toda essa trajetória que não sabia.
Passei minha infância nesse conjunto, mais especificamente no bloco C2, apartamento 401. Áureos tempos.
Se me permite uma pequena correção, não são 15 andares. São 16. Abraços.
Falei besteira. Eram 15 andares mesmo. Meu erro foi me lembrar dos elevadores Otis, que registravam o último andar como 16º. Na verdade o primeiro andar era o de número “2”. Os pilotis eram o “1”.Eu morava no 401 e sempre ficava bolado de ser o 3º andar de fato. Certíssimo o amigo-irmão-vizinho que me deu o toque!
Meu avô morou quase 50 anos no A2 e eu passei minha vida por ali. Muita gente famosa, conhecida e muitas histórias pra contar …Época maravilhosa e de muitos amigos nos jornalistas Bom rever as fotos e o antes e depois …..Parabéns!!!!