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Archive for the ‘Nilce Alves Oliveira’ Category

Venho lendo várias opiniões sobre os xingamentos à Dilma no estádio. Contra e a favor. As alegações vão desde “expressão de revolta” e “natural para o ambiente” até a “identificação de classe social reinante” e “machismo”. Acho natural que as opiniões sejam controversas, porque atualmente, neste país bipolar, nada é simples.

Por um lado, foi um comportamento grosseiro sim. Foi extremo, sim. Foi desrespeitoso, sim. Não é bonito ver uma multidão gritando palavrões. E sim, haveria outras formas de demonstrar repúdio. Por outro lado, o PT está colhendo o que plantou, sim! Tem muita hipocrisia na indignação dos petistas. A indignação dos oposicionistas, surpreendentemente, soa mais sincera. Ou, pelo menos, mais coerente.

O próprio PT nos ensinou que os atos devem ser encarados segundo suas motivações e não o ato em si. Mesmo discordando do ato, devemos ser tolerantes dependendo dos motivos. Então, mesmo achando que foi um ato feio, tentemos compreender o que levou a plateia a se manifestar dessa forma.

Que erros cometidos pelo PT levaram a esse acontecimento?

1) O PT, com seu comportamento, vem ensinando à população que:
– contra quem discorda de sua vontade, é válido agir com xingamentos e até violência. Até ameaçar uma autoridade com “um tiro na cabeça” é válido, depredar patrimônio público é aceitável, invadir propriedades é louvável, então um palavrão é realmente mais grave que tudo isso?
– para se conseguir o que quer, tudo é válido – os fins justificam os meios.
-debate político se faz com agressões e não com argumentos. Debate político em nível elevado é coisa de ‘conservadores atrasados”, da “direita reacionária”. A geração liderada pelo PT levou a política a níveis chulos, em nome do populismo. Vale voltar ao ano de 2000, com a famosa frase de José Dirceu em um palanque: “Eles [os tucanos que governam São Paulo] têm que apanhar na rua e nas urnas” , o que provocou uma agressão física de sindicalistas ao Mário Covas, já doente do câncer que viria a matá-lo.
– negociação é coisa desvalorizada; quando se tem uma causa, é preciso usar a intimidação e a força. Se você quer ter propriedade, é válido invadir a propriedade de outro. Se o governo quer mudar uma estrutura institucional, melhor governar por decreto. Se você roubou ou matou porque a sociedade o colocou na pobreza (ou para ajudar o ParTido), é preciso ser tolerante. Nem sempre é preciso ter respeito pelo outro.
– a tolerância a qualquer ato de rebeldia é relativa. Depende muito do conceito de “nós e eles”. Portanto, mandar o Cabral tomar naquele lugar pode, mandar a Dilma, não. Jurar de morte o líder do Judiciário não é nada demais; xingar a líder do Executivo é gravíssimo.
– se a autoridade pertence ao bloco de “eles”, não merece respeito. Se for uma ameaça, deve-se buscar uma forma de destruir sua reputação, mesmo com mentiras. É compreensível e tolerada até a agressão física. Deixaram isso muito claro quando a Presidente da República recebeu na sede do governo, com festas e agrados, os manifestantes do MST que feriram 30 policiais que tentavam impedir que esses manifestantes invadissem prédios públicos; embora somente 2 manifestantes tivessem sofrido ferimentos leves, os policiais (um deles ferido gravemente) foram os criticados pelo Ministro da Justiça por estarem cumprindo seu dever de proteção do patrimônio público.
– o Brasil foi dividido em vários pedaços, e cada pedaço foi ensinado a ver o outro com ódio e desprezo. Aqueles com quem não concordamos (ou que não concordam como ParTido) são nossos inimigos.
– criticar grosserias ou cobrar uma postura ética e respeitosa passou a ser considerado “coisa de coxinha”, “coisa de elite burguesa”, “coisa de branco de olhos azuis” e, mais frequentemente, “preconceito”. A garotada resolve fazer bagunça e correria nos shoppings assustando os frequentadores e lojistas? Só a elite burguesa achou isso inconveniente. A garotada da periferia só queria ter seu direito de expressão, e estar em um local público não deveria mudar seu comportamento. Bem, o público do estádio também só queria se expressar.

2) Erros de estratégia:
– o governo do PT, ávido por manter o poder eleitoral, politizou um evento esportivo a seu favor. Em todas as referências à Copa, aproveitou para inserir autoelogios mentirosos à sua administração. Até o pronunciamento da presidente referente à abertura da Copa foi recheada de propaganda institucional, como foi o seu discurso, que deveria ter sido de boas vindas ao Papa, na Jornada da Juventude. Depois esperavam que o público presente no evento dissociasse o evento da presença dela no estádio. Não poderia acontecer.
– não consideraram o ambiente. Esse xingamento específico, de uns anos para cá, passou a ser corriqueiro em estádios de futebol. Povo mal educado? Sim. Mas também temos um presidente emérito que diz publicamente coisas como “querer metrô até os estádios é babaquice” e que, quando não sabe que está sendo filmado, também usa palavras de baixo calão como vocabulário normal, inclusive a mesma frase.
-não consideraram que, neste evento, o povo é “nós” e o governo é “eles”. Por mais que tenham elitizado o futebol, o esporte não pertence ao governo, pertence ao povo. É o seu território, mesmo que os estádios sejam privatizados. Mas o comportamento desrespeitoso vai ser o que foi ensinado. E tentar excluir determinada classe social da categoria de “povo” é hipocrisia manipulativa. Povo é coletivo: a soma de todas as classes sociais, todas as religiões, todas as raças e todas as escolhas políticas de um país. Ou seja, todos os seus habitantes, sem exclusão, como determina a tão ignorada Constituição Brasileira.
– o governo priorizou, por ideologia, o sentimento de lealdade ao bloco de países socialistas e à liderança de Cuba, em vez da identidade brasileira. Fez isso por 12 anos seguidos. Inseriu a bandeira de Cuba, que sequer participa do evento, com destaque no clip oficial da Copa do Mundo no Brasil como mensagem subliminar. Provocou a “onda vermelha” de bandeiras em substituição à verde e amarela. Chegaram ao ponto de fazer militantes substituírem a bandeira brasileira em uma universidade por uma bandeira vermelha. Bandeiras brasileiras são queimadas em protestos organizados por seus “coletivos”. Tentar resgatar a identidade e o patriotismo brasileiro em cima da hora não convenceu. A presidente trocar o tailleur vermelho pelo verde na véspera da abertura da Copa não convenceu. Esqueceram que o esporte nacional em Cuba é o beisebol, não o futebol. O futebol desperta o verde e amarelo no coração do brasileiro. Nesse momento, o povo auriverde perde a identificação com o governo vermelho. O governo torna-se “eles” no imaginário do torcedor, e sua presença lembra o tamanho de sua insatisfação com “eles” nos outros aspectos de gestão, mesmo que torça para a seleção. E reage de acordo com o comportamento de desrespeito ensinado por seus governantes.
– a relação entre povo e governo é muito parecida com a relação entre filhos e pais. Filhos tendem a testar limites com os pais e a imitar seu comportamento. Os pais, ao educar os filhos, estabelecem onde fica a linha do limite. Se os pais usam de dois pesos e duas medidas, a linha não é contínua. Quando essa linha é pontilhada, os filhos aprendem a ultrapassar o limite por entre os espaços vazios, pois perdem a referência de quando o mesmo ato pode ser tolerado ou não.

Terá ficado alguma lição, algum legado, desse acontecimento? O futuro dirá. Uma interpretação possível é a da reciprocidade: o povo apenas desejou à nossa governanta o que ela tem feito com ele esse tempo todo.

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Vi um post de um humorista classe média alegando que a classe média (sempre a classe média), ao manifestar o repúdio pela morte do cinegrafista Santiago Andrade e pela atuação dos Black Blocs, está provocando a morte das manifestações.

Será mesmo? Vejamos…

Então a vilâ é sempre a “classe média”, isso já virou um clichê desgastado. Quando não se quer enfrentar um problema de frente, é fácil dizer que a culpa é do saco de pancadas oficial da extrema esquerda (todos os que eu vejo são classe média também) – e nem precisa explicar como ou por quê. Qual classe média? A velha, cada vez mais achatada? A que garante os recordes de arrecadação de impostos para o governo? A nova, emergente? Qual o critério que ele usa para identificar a classe média? O do governo, que considera oficialmente classe média quem tem rendimentos entre R$ 291 e R$ 1.019? Aquela que foi expulsa das manifestações e foi calada pela violência dos Black Blocs e associados que ele defende?

O governo está preparando uma legislação dura visando repressão a manifestações durante a Copa. Mais dura que a Lei de Segurança Nacional criada pela ditadura militar. Como a “classe média” é culpada disso? A classe média foi afugentada das manifestações faz tempo. A classe média não fazia depredações. A classe média ia às manifestações levando crianças e idosos. A classe média não ia para as manifestações carregando pedras, paus, atiradeiras, coquetéis molotov, rojões e sinalizadores na mochila. A classe média carregava cartazes feitos à mão com reivindicações, mostrando sua cara porque defendia algo em que acreditava. Mas deixou de ir por medo da violência que culminou com o assassinato de Santiago Andrade. Foi a classe média mesmo que deu ao governo a desculpa que faltava para endurecer a repressão às manifestações? Só porque ficou horrorizada com a morte estúpida de um pai de família que estava exercendo sua profissão? Então o culpado é quem reprovou, e não quem cometeu – segundo a lógica dele.

Presidente Vargas

Já faz algum tempo que Black Blocs e associados sequestraram as manifestações recém-nascidas, afugentaram a população, recolocaram o gigante para adormecer e distorceram todo o sentido das reivindicações. Sim, a PM despreparada usou de força desmedida e desastrada diante da novidade, mas é mesmo a truculência da PM a única culpada pela violência? Então o que dizer da violência que acontece quando a PM está ausente em determinados lugares? O que eles conseguiram de benefício até agora? É vantagem para quem afugentar das ruas os milhões de pessoas que pediam mais saúde, educação, segurança, transporte, saneamento básico e o fim da corrupção e da inflação, substituídos por algumas centenas de baderneiros dedicados a provocar erros da polícia, depredar patrimônio público e privado e pedir “o fim da PM” e “o fim da grande mídia”? O que o povo brasileiro ganhou com isso desde junho do ano passado? Que melhorias eles conseguiram? E o que aconteceu com as poucas conquistas das grandes manifestações que apenas começavam a aparecer em junho? Foram colocadas na gaveta, porque não há mais quem as cobre.

O que mais apavora o poder? Baderneiros queimando e quebrando coisas, provocando a ira de policiais sem nenhuma causa clara, ou milhões de cidadãos demonstrando seu descontentamento com a forma como seus salários são consumidos em impostos que não retornam em benefícios para a população? Qual foi o estilo de manifestação que colocou os poderosos tontos procurando respostas? Qual foi o estilo de manifestação que os fez ter medo das urnas? Não, os Black Blocs não assustam os governos, porque violência se combate com violência. É caso de polícia. Multidões com reivindicações claras sim, assustam. Porque entram no campo das ideias, demandam respostas, representam votos, derrubam governos. Mas os Black Blocs afastaram essas multidões das ruas. Os governos corruptos e omissos agradecem.

Não, não coloquem mais essa na conta da classe média. Assumam a responsabilidade pelo que fizeram. Inclusive esses, como esse humorista classe média que romantiza os Black Blocs, incentiva sua atuação e suaviza as consequências, mas não vai para a rua com eles porque também tem medo da violência. Fácil defendê-los à distância e criticar quem os identifica pelo verdadeiro nome: vândalos sim. E não me venham com metáforas para o termo “vandalismo” para justificar o que fazem. Não se reivindica o que nos falta destruindo o que existe. E o que paga a conta dos consertos e reposição do que é destruído? Os impostos pagos pela classe média que eles leviana e indiscriminadamente acusam de “acabar com as manifestações”. A classe média só não pode consertar nem repor a vida de Santiago Andrade. O resto é hipocrisia ideológica de interesses ocultos.

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Aqui no Brasil se acha normal que:

Amarildo– seja feita campanha popular de arrecadação de dinheiro para pagar multa de criminoso condenado e aluguel de mansão para prisão domiciliar.
– deputado condenado por corrupção tenha a cara de pau de dizer que quer manter o mandato e trabalhar no Congresso em regime semi-aberto.
– criminosos condenados em regime semi-aberto classifiquem como “humilhantes” trabalhos que paguem pouco.
– criminoso foragido recém capturado com documentos falsos tenha a cara de pau de entrar com requerimento para liberdade provisória ou prisão domiciliar (e acha que não vão considerar a possibilidade dele fugir de novo).
– em plena crise de abastecimento de energia com hidroelétricas não funcionando por ter reservatórios baixos, o governo doe uma termoelétrica para a Bolívia, justamente quando a sobrecarga causa um grande apagão.
– com perdas de supersafra pelas deficiências de nossos portos, o governo invista nosso dinheiro em portos em Cuba.
– com nossos aeroportos cada vez mais deficientes, o governo invista nosso dinheiro em aeroportos em Cuba.
– que milhares de pessoas sejam contratadas para trabalhar recebendo só 10% do salário de outros contratados para o mesmo serviço, mandando os outros 90% do salário para o governo deles.

E depois reclamam quando viramos piada nos outros países…

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Enquanto for mantida a visão simplista que nosso governo costuma aplicar a todas as questões, em que todo problema social é questão de dinheiro ou raça e todo problema econômico é culpa da burguesia, estaremos presos em uma armadilha. O modelo populista adotado pelo governo tem data de validade, e ele está se esgotando. Os problemas já começam a se acumular, e estão interligados – embora se recusem a admitir.

O PIB real não está crescendo, apesar das contabilidades criativas. O malabarismo com números também só funciona por algum tempo, e conforme os recursos se esgotam, não tem mais de onde transferir dinheiro para fechar as contas. Nem o golpe do confisco da poupança durou muito. Só sobram aumentos de impostos, por isso querem ressuscitar a malfadada CPMF.

Visão simplista do governo

O PIB não cresce, entre outras coisas, porque o país está com produtividade em queda já há algum tempo. O governo manipula números para dizer que o desemprego está diminuindo, simplesmente eliminando da equação aqueles que não estão procurando emprego e aqueles que “quebram o galho” com atividades informais, o que aumentaria bastante a quantidade de desempregados. Se o desemprego diminui, por que a produtividade está em queda, então? São vários fatores acumulados, incluindo impostos, políticas de importação e exportação, falta de incentivos e outros que não tenho conhecimento econômico suficiente para analisar em detalhe, o que não me impede de perceber quando acontecem.

Porém, existem fatores que não exigem um PHD em economia para entender. Embora o governo esteja sempre divulgando diminuição do desemprego, ainda há muita gente desempregada, inclusive jovens com nível universitário. Do outro lado, há alguns anos as empresas estão reclamando que não conseguem preencher suas vagas de emprego. Algumas declararam que se sentiram forçadas a trazer funcionários de outros países – isso eu vi de perto. Outras confessam que não tiveram outra alternativa senão baixar as exigências de qualificação para poder contratar. Outras, estão recontratando funcionários já aposentados. Qual a correlação entre esses fatos?

Uma empresa não produz sem ter funcionários qualificados e motivados. Os funcionários são considerados o bem mais valioso de qualquer empresa. Se as empresas não tiverem uma cultura de alto desempenho, o PIB não cresce. Mas as empresas – estatais ou privadas – não conseguem selecionar funcionários qualificados para preencher seus quadros. Em paralelo, o governo divulga números sempre baseados em quantidade – temos mais estudantes universitários. Por que então a conta não fecha?

Como o governo nunca divulga dados negativos, precisamos recorrer a levantamentos outros que nos expliquem o que acontece. O IBGE aponta que temos 13,2 milhões de analfabetos no país. Isso afeta a resistência da desigualdade social, já que em nosso país o analfabetismo limita as possibilidades profissionais das pessoas ao salário mínimo (às vezes nem isso) ou trabalho informal, e as condena à dependência das bolsas do governo. Já sabemos que, no sistema educacional fundamental público, as crianças estão chegando aos 9 anos de idade sem saber fazer cálculos matemáticos básicos e até mesmo sem saber escrever seu nome. Mas por que universitários não preenchem as vagas disponíveis nas empresas, e os que preenchem não apresentam qualificações que permitam uma cultura de alto desempenho?

A ONG Ação Educativa responde a essa pergunta através de um levantamento que demonstra que 38% (trinta e oito por cento) dos nossos estudantes universitários são analfabetos funcionais. Isso é resultado da valorização da quantidade sem qualidade. Como empresas que buscam produtividade podem contratar funcionários que, embora tenham um diploma universitário, são incapazes de compreender um texto ou o enunciado de um problema matemático? Que não conseguem se expressar por escrito? Não precisa ir muito longe, basta observarmos a queda na qualidade dos serviços em geral, dos públicos aos privados que contratamos. Basta observar a má qualidade das obras públicas executadas ou abandonadas, os erros cometidos, dinheiro público desperdiçado e quantas precisam ser refeitas ou corrigidas, os programas implantados cheios de falhas de planejamento. A queda de qualidade torna-se cada vez mais generalizada. Chegamos a um ponto em que caixas de lojas não sabem calcular o troco se não tiverem uma máquina que faça isso por eles.

Esse é um estrago que levará anos, talvez gerações, para ser corrigido – se houver vontade política AGORA, e não há. O governo continua empenhado em facilitar quantidades (com cotas e redução do nível de dificuldade das provas de admissão), em vez de se preocupar com a qualidade do ensino para que os estudantes cheguem à universidade com o embasamento suficiente para absorver o conhecimento apresentado. A cultura que está sendo desenvolvida não é a de adquirir conhecimento, mas a de “passar na prova e ter um diploma”, para engordar estatísticas. Isso gera muitos profissionais de nível universitário, é verdade. Porém, gera muitos profissionais medíocres. Ainda dentro dessa cultura, profissionais medíocres merecem pagamento igual aos funcionários produtivos, o que se disfarça de “igualdade social”. Para que se esforçar para ser um funcionário produtivo e qualificado, então, e carregar nas costas os medíocres? Melhor relaxar, porque vai ganhar o mesmo. Isso satisfaz? Basta projetar essa realidade para alguns anos à frente e veremos a que este país, tão cheio de possibilidades, está sendo condenado.

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É mesmo reivindicação social ou inveja consumista manipulada?

Venho observando certos “protestos” socialistas que tenho visto por aí, inclusive nas redes sociais. Uma coisa curiosa que notei é que há uma certa inveja consumista, que está sendo eficientemente manipulada para fins políticos. Vejamos…

O que se vê rolando como crítica à Globo mais frequentemente nas redes sociais se refere a dinheiro: até hoje (caramba!) fala-se de quanto a Globo pagou para o Ronaldo emagrecer e, com a volta do BBB, de quanto arrecadam em ligações para o programa, falam de quanto a emissora arrecada para o Criança Esperança pedindo dinheiro aos telespectadores em vez de dar o dinheiro eles mesmos. Mas nunca vi nenhum post falando sobre como desde 1978 anos essa emissora proporciona ensino de graça (6 milhões de alunos diplomados) aos brasileiros através do Telecurso e como ajudaram a reduzir o analfabetismo e a oferecer ensino de 1º e 2º graus onde o governo não chega para colocar escolas; ninguém comenta que há 32 anos eles financiam o prêmio Jovem Cientista, que distribui bolsas de estudos e recursos financeiros nas categorias mestre e doutor, estudante de ensino superior, estudante de ensino médio, mérito institucional e mérito científico; porque tudo isso também é dinheiro que eles gastam, mas como é investimento em cultura, não importa. O que importa é palpitar como eles gastam a outra parte do dinheiro que, no fim das contas é deles ou, no caso do BBB, dos espectadores que ligam porque querem. Se abordarem o assunto cultura, só falam de novelas que retratem o cotidiano, omitindo todos os clássicos da literatura que transformaram em novelas e minisséries, para aqueles que não leram os livros. Provavelmente porque esse tema não chama a atenção desses críticos.

E o Eike? Continua sendo o mesmo, mas depois que perdeu uma boa parte do dinheiro das suas empresas, esqueceram-se dele. Deixou de ser alvo, porque está menos rico. A derrocada das suas empresas causaram muitas demissões, obras foram interrompidas, a economia nacional foi afetada, mas o mais importante é que ele perdeu bilhões. Viva!

Rolezinho Niterói - Reivindicação Social? - Foto O GLOBO

Mais uma vez sobre os rolezinhos: fala-se que são jovens de periferia que vão aos shoppings promover correria e assustar os consumidores porque se sentem excluídos, ou que são discriminados porque têm a pele escura, ou porque são pobres (a gente vê nas imagens que não são nada disso), ou porque não têm espaços onde se reunir. Taticamente, todo mundo evita analisar a maneira como se comportaram, ninguém fala que muitos outros rolezinhos já aconteceram antes sem que ninguém fosse barrado porque não houve correrias, e mantém a análise apenas numa imagem fabricada de cor e classe social, assumindo que pessoas mal educadas só podem ser negras e pobres (pessoalmente, eu acho que esse conceito sim, é preconceituoso). Aí eu fico pensando: depois da reação à correria nos corredores do shopping em SP, aqui no Rio marcaram algum rolezinho no Shopping Madureira? No Norteshopping? Em algum shopping de Campo Grande? Por que será que o “movimento” SÓ se concentra nos shoppings da zona sul frequentados pelas classes A /B, cuidadosamente escolhidos? Shopping do subúrbio tem o mesmo espaço físico ou maior, mas não serve para rolezinho? Nenhum deles? Que discriminação, que preconceito dos “roleativistas”!

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Por que os brasileiros gastam tanto dinheiro no exterior?

Porque um videogame, por exemplo, aqui carrega em seu preço 72,18% de IMPOSTO e o mesmo sobre cada cartucho de jogo. Videogame é coisa de rico? Uma máquina de lavar leva 20%. Máquina de lavar ainda é coisa de elite? Que tal água mineral (43,91%), ou uma camisa (34,67%)? Sapatos, 36,17%. Sabão em pó, 40,80%.

Vale a pena comprar medicamentos no exterior porque lá eles não embutem 33,87% de imposto no preço.

Brinquedos infantis aqui pagam 39,70% para o governo. O pobre quer um aparelho de DVD? Vai pagar 50,39% de imposto. Quer uma calça jeans? O preço é aumentado em 38,53%. Lá fora, com os 500 dólares vc compra muita coisa de qualidade. Muito mais do que se compraria aqui com 1170 reais, porque a maior parte vai para impostos, vai para o governo.

Por que os brasileiros gastam tanto dinheiro no exterior?

E qual é a solução para que o brasileiro pare de gastar tanto no exterior? Baixar os impostos aqui? Não – aumentar os impostos aqui para o que se compra lá fora. E quem aumenta os impostos? Os ricos ou o governo? Então quem limita o poder de aquisição dos pobres? Quem acabou com a alegria da “nova classe média”, que acabou de descobrir que podia viajar para outro país e comprar lá o que não pode comprar aqui?

Entendeu ou preciso continuar?

É por isso que fica (ou ficava) mais barato comprar no exterior. É por isso que no exterior um pobre pode ter mais bens que uma pessoa classificada aqui como “classe média” e até mesmo alguns que o governo classifica como “classe alta”. Enquanto os “socialistas” espalham que os culpados são aqueles que estudam e trabalham para ganhar o suficiente para consumir determinados bens, o que reduz a capacidade de aquisição dos mais pobres é o governo, embutindo impostos absurdos até na cesta básica.

São eles que tornam o custo de vida mais caro aqui do que na maioria dos lugares do mundo, e se recusam a fazer uma reforma tributária. Mas reconhecer isso iria contra a “ideologia”, então é mais fácil culpar a “burguesia”, que trabalha meio ano só para pagar esses impostos extorsivos e encher os cofres do governo (mais de 1 trilhão, só este ano), para que pratiquem todo o tipo de corrupção e não deem retorno nenhum em benefício do povo.

Nossa chance é, em 14, enterrar o 13.

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Agora sim, eu entendi uma coisa que me intrigava muito…

Como pode o governo anunciar ao mesmo tempo a redução do desemprego e o aumento de dependentes do bolsa família?

Como pode as empresas reclamarem tanto que não conseguem preencher as vagas de emprego e ainda ter gente desempregada? Como pode estar crescendo a população nem-nem, que nem estuda nem trabalha e isso não refletir nas estatísticas de desemprego? Agora eu vi que é muito simples.

A estatística de desemprego considera como desempregado somente quem está procurando emprego e não consegue. Portanto, essa população nem-nem, que continua aumentando a quantidade de dependentes do bolsa família, não entra na estatística como “desempregados”, porque não estão procurando emprego. Nessa estatística, eles ficam no limbo.

Agora sim, faz sentido. A estatística da diminuição do desemprego não significa necessariamente mais gente empregada nem a diminuição da quantidade de dependentes da esmola do governo, pelo contrário. Ou seja, aumento do curral eleitoral com cada vez mais dependentes de um programa que o partido nunca se preocupou em tornar constitucional (portanto, pode ser interrompido quando desejem). Ou alguém conhece alguma PEC tornando o benefício um direito permanente à população?

Eles fazem questão de divulgar a queda do desemprego em percentuais, mas não explicam como as contas são feitas. Eles fazem ameaças nas eleições dizendo que o partido opositor vai acabar com o bolsa família, mas não lhes interessa tornar o programa constitucional para garantir que nenhum governo o interrompa. Porque aí eles não poderiam mais usar esse argumento de chantagem para se manter no poder.

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